O túmulo mais antigo da África pode ter cerca de 78 mil anos e ser de uma criança, afirmaram pesquisadores nesta quarta-feira (5). A descoberta, publicada na revista “Nature”, pode ajudar os pesquisadores a compreenderem quando os rituais funerários começaram e no que se aproximam dos costumes atuais.
Os laços afetivos ficam evidentes pelo modo que foi feito o sepultamento. A criança, apelidada ‘Mtoto’, que significa ‘criança’ em suaíli, tinha entre 2 e 3 anos e foi enterrada em uma cova rasa protegida pela caverna. O corpo foi envolvido por uma pano e a cabeça apoiada em uma espécie de travesseiro.
“A criança foi enterrada em um local residencial, perto de onde vivia esta comunidade, evidenciando como a vida e a morte estão intimamente relacionadas. Só os humanos tratam os mortos com o mesmo respeito, consideração e até ternura com que tratam os vivos. Mesmo quando morremos, continuamos a ser alguém para o nosso grupo”, explicou María Martinón-Torres, diretora do Centro Nacional de Pesquisas em Evolução Humana (CENIEH), da Espanha.
G1
Foto: Fernando Fueyo/Nature