Um relatório médico divulgado nesta segunda-feira (19) mostra que o policial Brian Sicknick morreu em decorrência de um AVC isquêmico ocorrido durante a invasão ao Congresso dos Estados Unidos por manifestantes apoiadores do ex-presidente Donald Trump em 6 de janeiro.
A conclusão, aceita pela Polícia do Capitólio, contrasta com a linha das investigações que apontavam para uma morte causada pela violência física durante o confronto de Sicknick com os manifestantes.
O laudo também descarta que a aspiração de um spray repelente de ursos, usado pelos extremistas, tenha matado Sicknick.
Segundo a imprensa americana, Sicknick teve um AVC causado por um coágulo que bloqueou a irrigação sanguínea ao tronco cerebral e ao cerebelo — condição bastante grave, informaram médicos ao “Post” e ao “The New York Times”.
Entretanto, o médico Francisco Diaz, um dos responsáveis pela investigação médica, disse ao jornal “The Washington Post” que a violência e o stress aos quais o policial foi submetido durante a invasão “tiveram seu papel” na morte de Sicknick.
Assim, a polícia afirmou que o laudo não muda o fato de que o policial “morreu corajosamente defendendo o Congresso e o Capitólio”.
Sicknick inclusive teve um funeral com honras no Capitólio, em fevereiro — algo raro para pessoas que não sejam juízes ou políticos eleitos.
Dois homens foram presos pelo uso de spray contra Sicknick. Embora ainda possam responder pela violência aplicada contra o policial, o laudo revelado nesta segunda pode livrá-los da acusação de homicídio — isso ainda não foi decidido.
Além de Sicknick, quatro pessoas morreram na invasão ao Capitólio, inclusive uma manifestante baleada por um policial.
O Departamento de Justiça dos EUA estima que 140 policiais tenham sofrido agressões de extremistas durante o episódio.
Mais de 400 pessoas envolvidas na violência foram presas em 45 estados americanos.
G1
Foto: Polícia do Capitólio via AP